sábado, 20 de agosto de 2016

O berçário e os médicos


Antes de engravidar eu já sabia que meu bebê teria que ir para o berçário, pois parar de trabalhar nãos fazia parte dos meus planos e ter uma babá muito menos. 
Engravidei. Meu filho não seria o primeiro nem o último bebê a ir para a escolinha cedo. Tirei 6 meses de licença maternidade, mais 1 mês de férias. Aos 6 meses e meio o Antonio foi para o berçário e a adaptação (dele) foi tranquila. 
Pra mim, e acredito que para a maioria das mães, essa é uma fase muito delicada, mas os médicos não entendem e tratam o berçário como o maior vilão das vidas dos nossos babies e nos deixam ainda mais desesperadas.
O pediatra não falou mal do berçário, mas me explicou que o Antonio ficaria muito doente depois que começasse a frequentá-lo. A alergista disse que queria ver o Antonio no primeiro mês após ingressar na escolinha, pois queria ter certeza de que ele não ia ficar muito doente. A gastro perguntou se havia a possibilidade de tirá-lo da escolinha. O otorrino falou que evitar a natação e o berçário fariam muito bem ao Antonio e até a nutricionista entrou nessa de falar que o berçário não era seguro e nos deu várias recomendações quando viu que essa era a nossa única opção. 
Aloooooou!!! Os médicos precisam entender que eu adoraria cuidar do meu filho por tempo integral e ter meu salário na minha conta bancária todo dia 15 e 30 de cada mês, mas não existe essa possibilidade. Em um país onde a saúde pública não funciona, onde falta Neocate para bebês alergicos, trabalhar é necessário! E muitas vezes, pai e mãe precisam trabalhar. A empresa na qual trabalho oferece uma ótima assistência médica e, mesmo assim, ainda tenho que gastar muuuuito dinheiro levando meu filho em especialistas que não atendem pelo convênio e pagando caro por exames que o convênio não cobre. Sem contar que faz parte da minha vida trabalhar. Sou mãe, amo meu filho, mas não preciso abrir mão de tudo o que fazia antes para ser uma mãe suficientemente boa. Até porque os bebês crescem e, mais cedo ou mais tarde, vão para a escolinha. Aí eu faço o que? Com certeza me recolocar não seria tão fácil após anos de dedicação exclusiva a maternidade. 
E vamos ver pelo outro lado...o meu filho tem se desenvolvido ainda mais depois que começou a frequentar a escolinha. Ele faz várias atividades que estimulam os sentidos e a parte motora, tem aulas de inglês, tem contato com outros bebês, com outras pessoas...isso tudo é muito bom! 
Óbvio que se fosse fundamental parar de trabalhar para me dedicar à maternidade, eu faria isso, mas não é esse o caso. 
Os bebês pegam resfriado, virose, os bebês APLV entram em crise (dependendo do berçário que frequentam) e, com certeza, ficar com a mamãe em casa seria o mundo ideal. Eu estou cansada de ouvir o mesmo discurso nas consultas médicas e gostaria que os médicos entendessem as mães que trabalham, assim como eu entendo todas as "desvantagens" que eles colocam ao se referir as escolinhas.
Depois que voltei a trabalhar, eu me sinto uma mãe melhor. Passo menos tempo com o Antonio, mas o tempo que estou com ele, estou só com ele. Temos mais qualidade no nosso relacionamento e isso é muito gostoso. Também posso oferecer ao Antonio cuidados e coisas que talvez faltariam se eu não tivesse um trabalho. 
Então, após as consultas, eu lembro de tudo isso e não deixo que os sentimentos negativos tomem conta de mim. 
Eu sou uma ótima mãe e ponto. 

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