quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

O primeiro aninho

Eu tive muita dúvida entre fazer a festa de aniversário do Antonio ou não, por causa da alergia alimentar. Era algo que eu queria muuuuuito, mas por outro lado, o fato de pensar numa possível reação, me desanimava.
Conversei bastante com a gastropediatra, ela me deu várias dicas e decidi que o Antonio ia ter uma festa. Aí a dúvida era outra: fazer uma festa limpa ou não?
Exclui do cardápio tudo o que já sabemos que ele reage. Então não teve queijo, não teve peixe, muito menos maçã com chocolate. Os doces foram todos sem proteína do leite e eu achei importante que fosse assim. Embora o Antonio ainda não coma doces, se ele comesse, era aquele que ele ia comer, então nada mais justo do que oferecer o que ele comeria aos convidados.
A festa foi linda, os doces estavam deliciosos e a criançada amou. O Antonio se divertiu muito, o Rodolpho e eu pudemos comemorar esse primeiro ano que foi muito importante para nós, como pais de primeira viagem e ter nossos amigos de SJC e familiares ao nosso redor, nos deixou muito felizes.
Não tenho palavras para agradecer a todos que fizeram o nosso dia especial.
Obrigada!

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Reintrodução alimentar

Em julho nós levamos o Antonio em uma nova gastropediatta que foi indicada no grupo de mães APLV do WhatsApp, pois a gastro que eu havia levado meu bebê anteriormente não havia nem encostado as mãos nele para examinar. Ela só falou que o desmame tinha que ser feito e fim.
Essa segunda médica além de ter conhecimentos técnicos, tem um filho APLV e logo de cara já me passou confiança.
Meu marido e eu estávamos aflitos! Parecia que o Antonio estava reagindo a todos os alimentos. Durante a consulta, o Antonio fez coco e todas as vezes que ele ia fazer coco, era a maior choradeira. Ele chorava de um lado e eu do outro. A médica viu o nosso sofrimento e foi muito empática. Até que ela disse tudo o que eu não queria ouvir: "Ele vai ter que ficar só no Neocate por um mês para estabilizar, pois está reagindo a todos os alimentos. O intestino dele está inflamado!". Desabei! Aos poucos a médica foi me convencendo de que essa era a única alternativa e, com muita dor no coração, eu aceitei.
No começo foi horrível! Eu saia de casa, via os bebês mais novos que o Antonio comendo e começava a chorar. Nos grupos de mães, eu recebia fotos dos bebês até mais novos que o Antonio comendo muito e começava a chorar. Teve um tempo que eu até parei de abrir essas fotos de papinha porque estava me fazendo muito mal. Uma mãe nunca quer que o filho tenha limitações.
Aos poucos ele foi melhorando e dias antes de ele completar 9 meses a médica liberou a reintrodução alimentar. Deu medo. Muuuuito medo. Meu filho estava estabilizado e a vida estava tranquila, não queria voltar a viver aquele "inferno". Dessa vez faríamos a reintrodução de uma forma diferente, começaríamos com os legumes, já que as frutas são mais alergenicas.
Voltei com o inhame e o frango que eram seguros e introduzi o chuchu. Deu certo! Na outra semana fomos novamente a consulta e a médica passou uma relação de alimentos. Batata, abobrinha, brócolis, mandioquinha, espinafre, couve-flor e cenoura para introduzirmos um de cada vez, a cada quatro dias. Não testo alimentos a noite, então combinei que introduziríamos um novo alimento todo sábado. Nessa altura do campeonato, já não temos mais pressa, só queremos fazer tudo com segurança.
A médica havia garantido que até 1 ano de idade o Neocate era suficiente e, após pesarmos o Antonio, nos convencemos disso. Ele ganhou mais de 500g em um mês!
Passou mais um mês, não conseguimos testar todos os alimentos porque enfrentamos duas otites e uma faringite (que tirou totalmente a fome do Antonio), o refluxo piorou, mas cinco dos novos alimentos testados, foram aprovados e a batata será reavaliada porque coincidiu de testarmos na crise de otite/faringite.
Ontem tivemos consulta com a gastro novamente e ficamos MUITO FELIZES! A médica falou que ele está indo muito bem na reintrodução alimentar, que provavelmente ele não tem alergias múltiplas, pois um alérgico múltiplo não tolera tantos alimentos. Ele já teria reagido à alguma coisa, pois a IA de alérgico múltiplo é complicada. Além disso, ele continua gordinho e o peso continua não nos preocupando.
Introduziremos o arroz e faremos a reintrodução as frutas. Uma outra coisa que nos deixou muito satisfeitos foi a aceitação dele em relação ao Neo Spoon.
Vamos continuar nossa caminhada com calma e muita fé! De acordo com a médica, quando o Antonio tiver 1 ano e meio, faremos a introdução do leite.
Sinto que Deus ouviu as minhas preces e colocou anjos no meu caminho, além de paz no meu coração. Espero que todas as mamães APLV sejam bem orientadas como eu estou sendo e tenham sucesso na IA de seus bebês!

sábado, 20 de agosto de 2016

O berçário e os médicos


Antes de engravidar eu já sabia que meu bebê teria que ir para o berçário, pois parar de trabalhar nãos fazia parte dos meus planos e ter uma babá muito menos. 
Engravidei. Meu filho não seria o primeiro nem o último bebê a ir para a escolinha cedo. Tirei 6 meses de licença maternidade, mais 1 mês de férias. Aos 6 meses e meio o Antonio foi para o berçário e a adaptação (dele) foi tranquila. 
Pra mim, e acredito que para a maioria das mães, essa é uma fase muito delicada, mas os médicos não entendem e tratam o berçário como o maior vilão das vidas dos nossos babies e nos deixam ainda mais desesperadas.
O pediatra não falou mal do berçário, mas me explicou que o Antonio ficaria muito doente depois que começasse a frequentá-lo. A alergista disse que queria ver o Antonio no primeiro mês após ingressar na escolinha, pois queria ter certeza de que ele não ia ficar muito doente. A gastro perguntou se havia a possibilidade de tirá-lo da escolinha. O otorrino falou que evitar a natação e o berçário fariam muito bem ao Antonio e até a nutricionista entrou nessa de falar que o berçário não era seguro e nos deu várias recomendações quando viu que essa era a nossa única opção. 
Aloooooou!!! Os médicos precisam entender que eu adoraria cuidar do meu filho por tempo integral e ter meu salário na minha conta bancária todo dia 15 e 30 de cada mês, mas não existe essa possibilidade. Em um país onde a saúde pública não funciona, onde falta Neocate para bebês alergicos, trabalhar é necessário! E muitas vezes, pai e mãe precisam trabalhar. A empresa na qual trabalho oferece uma ótima assistência médica e, mesmo assim, ainda tenho que gastar muuuuito dinheiro levando meu filho em especialistas que não atendem pelo convênio e pagando caro por exames que o convênio não cobre. Sem contar que faz parte da minha vida trabalhar. Sou mãe, amo meu filho, mas não preciso abrir mão de tudo o que fazia antes para ser uma mãe suficientemente boa. Até porque os bebês crescem e, mais cedo ou mais tarde, vão para a escolinha. Aí eu faço o que? Com certeza me recolocar não seria tão fácil após anos de dedicação exclusiva a maternidade. 
E vamos ver pelo outro lado...o meu filho tem se desenvolvido ainda mais depois que começou a frequentar a escolinha. Ele faz várias atividades que estimulam os sentidos e a parte motora, tem aulas de inglês, tem contato com outros bebês, com outras pessoas...isso tudo é muito bom! 
Óbvio que se fosse fundamental parar de trabalhar para me dedicar à maternidade, eu faria isso, mas não é esse o caso. 
Os bebês pegam resfriado, virose, os bebês APLV entram em crise (dependendo do berçário que frequentam) e, com certeza, ficar com a mamãe em casa seria o mundo ideal. Eu estou cansada de ouvir o mesmo discurso nas consultas médicas e gostaria que os médicos entendessem as mães que trabalham, assim como eu entendo todas as "desvantagens" que eles colocam ao se referir as escolinhas.
Depois que voltei a trabalhar, eu me sinto uma mãe melhor. Passo menos tempo com o Antonio, mas o tempo que estou com ele, estou só com ele. Temos mais qualidade no nosso relacionamento e isso é muito gostoso. Também posso oferecer ao Antonio cuidados e coisas que talvez faltariam se eu não tivesse um trabalho. 
Então, após as consultas, eu lembro de tudo isso e não deixo que os sentimentos negativos tomem conta de mim. 
Eu sou uma ótima mãe e ponto. 

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Teste de Intolerância Alimentar

O Antonio reagiu a maçã e foi uma das piores reações que ele já teve. O pediatra e a alergista dele estavam em férias, então levei em uma pediatra que alguns amigos indicaram. Ela pediu para levar o Antonio em uma Nutróloga e até indicou uma profissional, mas levei em uma outra que algumas pessoas que conheço recomendaram. 
A consulta foi ótima, gostei bastante da médica. Ela me explicou várias coisas, inclusive que o Antonio pode ser alérgico a alguns alimentos e intolerante a outros. 
Por suspeitar que ele tenha intolerância alimentar, ela pediu para ele fazer um exame que aponta intolerância alimentar a 221 alimentos. No primeiro momento fiquei muito animada e esperançosa. O exame é caro e ela indica um laboratório de Juiz de Fora. A coleta é realizadas no próprio consultório e a amostra é enviada para MG. Como meu bebê tem apenas 8 meses, ela me disse que o sangue podia ser tirado pelo pezinho, pois precisava de apenas 10 gotinhas. No outro dia fomos fazer a coleta e foi horrível! Ela furou os dois pezinhos dele, várias vezes e só conseguiu extrair 2 gotas de sangue. Eu não quis mais que continuasse e a própria médica achou que era melhor parar por ali. O Antonio chorou demais e meu coração ficou partido vendo aquela cena. 
Fomos para casa e depois de ver o quanto esse exame judiou do meu pequeno, resolvi pesquisar mais. Liguei no laboratório Lemos Lab para pedir mais explicações sobre esse exame. A pessoa que me atendeu parecia não estar muito segura das informações que estava passando. Mesmo assim, agendei uma nova coleta de sangue, dessa vez pela veia, mas ele teve otite e eu desisti na véspera. Achei que era muito desgaste para o Antonio passar por esse estresse num momento em que já estava sentindo dor. Talvez isso seja um pretexto para eu não submeter o meu filho novamente ao sofrimento da coleta de sangue...sei lá. Resolvi ler mais sobre esse exame e encontrei mais dois laboratórios em São Paulo que também tem esse teste, o Pathos e o Instituto de Microecologia. Entrei em contato com os laboratórios e em um deles me informaram que o teste só é realizado a partir dos 2 anos de idade. Já no outro, informaram que pode ser feito em bebês. Fiquei confusa, pois li muitos comentários negativos sobre o teste de Intolerância Alimentar.
Pelo que sabia, apenas três laboratórios no Brasil realizavam esse teste e o preço varia de R$ 1.450,00 a R$ 2.650,00. Como já entrei em contato com três laboratórios, acredito que tenha mais que realize esse exame.
Estou em dúvida sobre realizar ou não o teste. Não pelo valor, pois o meu filho é a minha prioridade, mas por expor o meu bebê a um sofrimento desnecessário, já que a eficácia do teste não é garantida. Conversei com a gastropediatra sobre o procedimento e ela disse que posso até fazer, mas ela não solicitará porque não acredita na veracidade do resultado.
Por outro lado penso que tenho que tentar tudo o que estiver ao meu alcance para tentar ajudar meu filho. 
Enfim, até a próxima semana eu terei tempo para pensar e pesquisar mais sobre o exame de Intolerância Alimentar.  
Se alguém já fez esse exame e puder compartilhar a experiência, ficarei imensamente grata.

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Meu bebê está engatinhando!

Eu esperei tanto por esse momento! 
Tinha certeza que o Antonio engatinharia pela primeira vez na escolinha, mas ele é tão especial, que esperou eu estar presente para me mostrar sua nova habilidade. 
Foi numa sexta-feira a noite, dia 5 de agosto, um dia depois de completar 8 meses...Estávamos no quarto dele brincando no tapetinho de EVA quando de repente, ele foi. Sozinho. Sem medo. Eu comecei a gritar para o meu marido: "Ele engatinhou! Ele engatinhou!". Morri de orgulho e felicidade. 
Não só por ter sido a primeira pessoa a ver essa grande conquista do meu pequeno, mas também porque ele não ia pular essa fase tão importante para o desenvolvimento. 
E vocês sabem por que engatinhar é tão importante?

1. Ajuda a desenvolver grupos musculares importantes das mãos, dos braços, dos ombros, além de fortalecer ligamentos, necessários para o aprimoramento de habilidades motoras finas. A articulação da base do polegar, em especial, é bastante estimulada. Todos esses ganhos são importantes para o desenvolvimento da escrita e da coordenação fina.

2. A criança aperfeiçoa habilidades visuais, que envolvem a percepção espacial e de profundidade. Essas competências serão empregadas no momento de ler e escrever. Ao pular a fase de engatinhar, aumenta a probabilidade de a criança apresentar dificuldades futuras, principalmente na aquisição da leitura, escrita e cálculos.

3. É uma nova etapa do desenvolvimento neurológico. Quando uma criança começa a engatinhar, o movimento repetitivo ajuda a estimular as conexões dos neurônios, permitindo que o cérebro possa controlar processos cognitivos, como a concentração, a compreensão e a memória.

4. Vai fortalecer a coluna, o equilíbrio e aprimorar a coordenação motora geral, antes de andar. É a primeira atividade do bebê que envolve a alternância de braços e pernas, em movimentos simétricos. A coordenação entre o hemisfério esquerdo e o direito do cérebro é trabalhada, e o bebê processa a visão e o movimento ao mesmo tempo. Assim, ele se prepara melhor para ficar de pé, caminhar, correr e praticar esportes.

5. Constrói autoconfiança para tomar as primeiras decisões. Aprende quando desacelerar, ir mais rápido e quando investigar os obstáculos em seu caminho. (Fonte: http://desenvolvimento-infantil.blog.br)


Visto a importância dessa fase, eu estímulo o Antonio para que ele engatinhe muito, o tempo que ele quiser. Ver meu bebe andando também vai ser maravilhoso, mas cada coisa no seu tempo.

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Primeiro dia na escolinha

Começamos a procurar escolinha pro Antonio em março. Já não estava sendo fácil achar, depois que descobrimos a APLV ficou pior ainda. Precisamos tomar alguns cuidados a mais e nos certificarmos de que teria uma nutricionista na escola, afinal, ele tem alergia a outros alimentos além do leite e precisa de certos cuidados. Descobrimos que a maioria das escolinhas pagam uma nutricionista apenas para elaborar o cardápio e isso já não nos atende. 
Visitamos cinco berçários e dois deles eu não gosto nem de passar na frente. Gostei de dois, mas ainda não eram exatamente como eu queria.
A esperança é a ultima que morre e continuamos visitando escolinhas, até que conhecemos uma pela qual eu me apaixonei. Eu me apaixonei pela limpeza, pelo clima, pelas pessoas, pelos bebês, pelo tamanho, pela nutricionista, pelo cuidado, pela compreensão, por tudo! Saí de lá muito feliz e logo voltamos para fazer a matrícula. 
O tempo voou e o grande dia chegou. Hoje foi o início da adaptação (da mamãe). Ficamos na escolinha por aproximadamente duas horas e eu confesso que, embora estivesse segura sobre a minha decisão, segurei o choro várias vezes. 
Não é fácil! Foram 6 meses e 16 dias grudados e saber que iremos nos separar durante o dia me deixa angustiada. Por mais que eu já estivesse me preparando psicologicamente para esse momento, eu senti. Ele não. Brincou, comeu, gargalhou, dormiu, mamou...E ver tudo isso me deu um certo alívio. 
Que a nossa adaptação seja tranquila! 

sexta-feira, 17 de junho de 2016

Viajando para o exterior com um bebê de 6 meses

Muitas pessoas disseram que eu sou corajosa por ter viajado pro exterior com um bebê de seis meses. Alguns devem admirar essa atitude e outros devem pensar que sou uma mãe louca e inconsequente. Então vou contar um pouquinho sobre como essa decisão foi tomada. 
Em primeiro lugar, eu não sou corajosa. Eu fiquei apreensiva durante a viagem toda e confesso que pensei em desistir várias vezes. Mas não seria justo com o Rodolpho e nem comigo, afinal, tenho sido mãe por tempo integral desde o dia 04 de dezembro. Eu sempre poupei o Antonio de muitas coisas, abri mão da minha individualidade e estava precisando descansar. A alergia alimentar dele e o desmame antes do planejado me deixaram extremamente esgotada.
Antes do nascimento do Antonio, o Rodolpho e eu conversamos sobre incluí-lo na nossa rotina e isso envolve nossas tão amadas viagens. Em janeiro decidimos que iríamos viajar nas nossas férias (sim, estou de férias, pois a minha licença maternidade já acabou). Em fevereiro decidimos qual seria o destino. Pensamos no Nordeste, em Gramado e, por fim, optamos por Bariloche, um lugar que eu sempre quis conhecer. 
Reservamos um quarto com cozinha e bastante aconchegante, já sabendo que ficaríamos muito tempo no hotel, conversamos com todos os médicos do Antonio sobre a viagem, fizemos um belo kit viagem, cheio de remédios prescritos pelo pediatra e pela alergista, também procuramos um seguro saúde, pedimos para Deus cuidar de nós e fomos. Essa escolha foi muito acertada e veio em boa hora, para que pudéssemos renovar as nossas energias para mudar de fase. Na volta, as coisas serão diferentes, o Antonio vai para a escolinha e eu vou voltar para o trabalho. 
Eu era profissional, agora sou mãe, ser mãe/profissional é algo novo para mim. 
Mais uma vez eu sei que Deus irá me ajudar e essa transição será mais leve do que eu imagino.
Então, se tiver a oportunidade de passar um tempo com a sua família antes da sua rotina mudar novamente, deixe o medo de lado e faça isso! 😉
Viajar com um bebê é muito mais tranquilo do que eu poderia imaginar. E é tão bom, mas tão bom, que nem faz diferença deixar de fazer um ou outro passeio, afinal de contas, você vai estar com a sua melhor companhia.